QUADRILHA USAVA DEEPFAKE E IA PARA APLICAR GOLPES MILIONÁRIOS NO AMAZONAS

A Polícia Civil do Amazonas (PCAM) desarticulou uma quadrilha responsável pelo primeiro caso de deepfake, clonagem biométrica facial via Inteligência Artificial (IA), registrado no estado.

A operação, batizada de “Holograma”, cumpriu mandados de prisão contra integrantes da quadrilha especializada em “plásticas digitais”, técnica usada para fraudar aprovações de financiamento de veículos e aplicar golpes que somam milhões de reais.

As investigações, conduzidas pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP), contaram com apoio de equipes da PC-AM, incluindo o Grupo de Operações Especiais (GOE), e ainda com a colaboração das polícias civis de São Paulo e Minas Gerais. As ações ocorreram em Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG), além de Manaus.

Quadrilha agia em vários estados

De acordo com o delegado Cícero Túlio, a quadrilha agia em vários estados e utilizava softwares de IA para sobrepor rostos de vítimas reais em vídeos e fotos, burlando sistemas de confirmação de identidade de instituições financeiras.

Com a clonagem facial, os criminosos conseguiam aprovar financiamentos bancários fraudulentos para a compra de frotas de carros utilitários de alto valor.

“Eles [integrantes da quadrilha] aplicavam a ‘plástica digital’ para enganar biometricamente as plataformas de validação, assumindo a identidade de outras pessoas para cometer os crimes”, explicou o delegado.

Este não é um caso isolado no país. Em maio, a Polícia Federal já havia deflagrado a “Operação Face Off” contra um esquema semelhante, que acessava dados da plataforma Gov.br com o mesmo método. Até mesmo personalidades, como o apresentador Marcos Mion, foram vítimas da clonagem de imagem e voz para golpes.

Operação Holograma

(Foto: Ivam Lucena / Portal Tucumã)

A operação Holograma revela um novo patamar do crime organizado na região Norte, com uso de tecnologia de ponta pela quadrilha para fraudes em larga escala. Os presos responderão por formação de organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e outros crimes previstos na Lei de Crimes Cibernéticos.

A PCAM alerta a população para redobrar a atenção com dados pessoais e biométricos, principalmente em transações online, e recomenda que vítimas de golpes similares registrem ocorrência imediatamente.

A investigação segue em andamento para identificar mais envolvidos e aprofundar a análise do prejuízo causado pelas ações da quadrilha.

 

*FONTE: PORTAL TUCUMÃ

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